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A saúde do SUS

Gasto público brasileiro com saúde no SUS está bem distante dos padrões de países ricos.

Criado pela Constituição de 1988, o (SUS) completa 30 anos com números e resultados expressivos.

Sete em cada dez brasileiros dependem exclusivamente de seus serviços.

Que incluem acesso a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde.

E o maior modelo público de transplantes de órgãos do mundo.

O SUS também provê assistência integral e gratuita aos portadores do HIV e de um leque de enfermidades graves.

Desde 1994, desenvolve um programa de atenção básica, o Estratégia Saúde da Família.

Com progressos em casos de doenças cardiovasculares e infecciosas e na redução de mortes infantis.

O sistema foi tema de encontro com especialistas na quinta edição do Fórum Saúde do Brasil, realizado pela Folha.

Ao longo dos debates foram destacados os aspectos positivos e os obstáculos que dificultam sua expansão.


O SUS tem falhado em eliminar as longas filas e gargalos no atendimento de casos de média e alta complexidade.

Um dos tormentos da população, que elegeu a saúde como o maior problema do país em pesquisa Datafolha.

Conspiram contra seu bom funcionamento fatores como carência de financiamento, desorganização da rede.

Adição de novos tratamentos e limitações no atendimento preventivo.


Gasto público em saúde é relativamente baixo no país.



União, Estados e Municípios investem em torno de R$ 240 bilhões por ano no setor.

Cerca de 3,8% do Produto Interno Bruto —em países ricos (e de população mais idosa), são comuns despesas governamentais de 7% a 9% do PIB.

Embora a discrepância seja apontada pelos estudiosos, é irrealista contar com expansão significativa das verbas em meio às severas restrições orçamentárias atuais.

Ganhos valiosos podem, no entanto, ser obtidos com gestão mais eficiente.

A contratação de serviços de organizações sociais, por exemplo, mostra-se uma experiência a ser estendida e aperfeiçoada.

Há que fortalecer a atenção primária nos postos, minimizando a busca pelos especialistas.

Que gera custos e exames desnecessários.

Municípios devem se articular para a montagem de hospitais e policlínicas de maior porte.

Capazes de atender a região com mais qualidade e recursos tecnológicos.

Por fim, pode-se repensar a amplitude dos recursos oferecidos pelo SUS.

Em diversos países, a rede pública oferece o essencial; o restante fica a cargo do setor privado.

Tais providências decerto não são simples; mais um motivo para estudá-las já.

Não se pode correr o risco de tornar insustentável um sistema que com suas carências, precisará servir a uma sociedade em processo de envelhecimento.


Fonte: Folha de São Paulo

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