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Redução de custos da saúde suplementar exige fortalecimento da atenção primária

Ter um sistema de saúde suplementar menos oneroso tanto para pacientes, quanto para operadoras exige fortalecimento da atenção primária e maior formação de médicos da família.


“É a mudança da prática que trará o resultado dentro da perspectiva econômico-financeira, não a pressão financeira”, defendeu Claudio Lottenberg, presidente do UnitedHealth Group Brasil, multinacional controladora da Amil.


Lottenberg participou de debate da sexta edição do fórum A Saúde do Brasil nesta segunda-feira (27), no auditório do MIS, em São Paulo. Realizado pela Folha, o evento contou com patrocínio da Anab (Associação Nacional das Administradoras de Benefícios), da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) e da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.


“Se a gente consegue entregar o que o paciente precisa, consegue controlar desperdício”, disse Renato Couto, co-fundador do DRG Brasil??, iniciativa responsável por metodologia que categoriza pacientes internados segundo a complexidade assistencial.


Promover mudanças em termos de operação de procedimentos é também importante para que sejam possíveis novos modelos de remuneração. “O sistema de saúde tem solução, mas são necessários modelos de recompensa e de assistência que permitam isso”, afirmou Couto.


Nesse sentido, a atenção primária é imprescindível para a resolução de problemas do paciente sem necessidade de atendimentos complementares, destacou o presidente do UnitedHealth Group Brasil.


João Alceu Amoroso Lima, presidente da FenaSaúde, concordou. “É preciso uma mudança de cultura, a qual consiste em passar com médico da família antes de acessar o pronto-socorro. O sistema hoje, perto do que era, é melhor, mas ainda incipiente para criar o impacto que se deseja para os custos da saúde”, disse.


Ao lembrar que ter plano de saúde está entre os maiores desejos da população, como mostrou pesquisa Datafolha realizada em São Paulo em dezembro de 2018, o presidente da FenaSaúde lamentou que a população não tenha renda suficiente para sustentá-lo.


Como forma de contornar essa situação, Lima defendeu a oferta de planos com coberturas mais reduzidas a valores menores. Disse, ainda, não condenar o sistema de remuneração “fee for service” (pagamento por serviço), principal alvo de críticas na saúde suplementar.


“Não acredito que nós nos livraremos desse sistema. O que se fala muito é de agregar novas formas de remuneração para dar mais racionalidade a ele”, afirmou.


Para Claudio Lottenberg, é a prática assistencial ruim, e não a operadora, a verdadeira responsável pelo reajuste de um plano de saúde. “Basta entrar no site da ANS para verificar que as operadoras não estão nadando em dinheiro.”


Durante o debate, Lima e Lottenberg teceram críticas ao processo de judicialização da saúde, prática caracterizada pela obtenção de medicamentos e tratamentos através de ações judiciais. “Não adianta rol de procedimentos se o juiz dá uma de bom samaritano”, provocou Lima.


Fonte: Jornal Folha de São Paulo

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